sexta-feira, 28 de junho de 2024

 

Eu não sou frágil feito uma flor.

Eu sou frágil feito uma bomba.

terça-feira, 25 de junho de 2024


O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas. 

É meu dever, nem que seja de pouca arte, o revelar-lhe a vida.

Porque existe o direito ao grito.

Então grito.


sábado, 22 de junho de 2024

Tenho morrido muitas vezes.

Depois, respiro fundo, lavo o rosto, sigo em frente.

Não é fácil morrer, difícil é renascer, fingir-se de sol, cegar a lua, beber o mar.

Detestável seria ter a covardia dos que me mataram.

Eu sigo renascendo, eles seguem covardes.


quinta-feira, 20 de junho de 2024


bem do outro lado do medo, mora minha enorme coragem
a mesma que deu conta de tudo
com pouco apoio.

bem do outro lado da raiva , mora minha calma
a mesma que resiste a toda tribulação
sem sumir.

bem do outro lado do horror, mora minha  afeição
a mesma que segue  plantando 
mesmo no deserto.

bem do outro lado da solidão, mora minha companhia
a mesma que  me olhou
quando ninguém me via.

domingo, 16 de junho de 2024




Eles se encontraram e já logo sentiam aquele frison pueril e ele olhou nos olhos dela e falou:

  - Hi, cê sabe que a gente vai gostar um do outro né?! 

  - E qual o problema nisso? ela respondeu

    Seguiram inebriados de amor.

Sabiam que eram almas gêmeas.




No Caminho, com Maiakóviski

 (…)

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. (…)