quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Caixa de pandora "2010"



O mito da caixa de Pandora faz alusão à origem dos males que permeiam o mundo.

A caixa de Pandora é um mito grego no qual a existência da mulher e dos vários males do mundo são explicados. Tudo começa quando Zeus, o deus de todos os deuses, resolveu arquitetar um plano para se voltar contra a ousadia de Prometeu – que entregara aos homens a capacidade de controlar o fogo. Para tanto, Zeus decide criar uma mulher repleta de dotes oferecidos pelos deuses e a oferece a Epimeteu, irmão de Prometeu.

Antes disso, Prometeu recusou a jovem Pandora de Zeus temendo que ela fizesse parte de algum plano de vingança da divindade roubada. Ao aceitar Pandora, Epimeteu também ganhou uma caixa onde estavam contidos vários males físicos e espirituais que poderiam acometer o mundo. Desconhecedor do conteúdo, ele foi somente alertado de que aquela caixa não poderia ser aberta em nenhuma hipótese. Com isso, o artefato era mantido em segurança, no fundo de sua morada, cercado por duas gralhas barulhentas.

Aproveitando de sua beleza, Pandora convenceu o marido a se livrar das gralhas que lhe causavam espanto. Após atender ao pedido da esposa, Epimeteu manteve relações com ela e caiu em um sono profundo. Nesse instante, não suportando a própria curiosidade, Pandora abriu a caixa proibida para espiar o seu conteúdo. Naquele momento, ela acabou libertando várias doenças e sentimentos que atormentariam a existência do homem no mundo. Zeus assim concluía o seu plano de vingança contra Prometeu.

Logo percebendo o erro que cometera, Pandora se apressou em fechar a caixa. Com isso, ela conseguiu preservar o único dom positivo que fora depositado naquele recipiente: a esperança. Dessa forma, o mito da Caixa de Pandora explica como o homem é capaz de manter-se perseverante mesmo quando as situações se mostram bastante adversas. Além disso, esse mesmo mito explora a construção da identidade feminina como sendo marcada pela sensualidade e o poder de dissimulação.

Evasivo

solto
orgulhoso
confuso
e
.
.
.
solitário

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CONSOLO


...e no meio de tantas lágrimas...
Davi me olha e sorri.
Artur me beija e abraça.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

vem ni mim trabalho

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Engano

Tudo trocado
Enganado
Dilacerado
Reconstruir agora
Juntar os cacos
Criar os filhos
Que nasceram...
Enterrar os sonhos falsos
Matar o amor mentiroso...


Seguir e fazer o meu melhor

Por hoje é assim...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Quando você sorri...


Lembrança boa me vem a mente
Passado vira presente

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

...sem palavras...

Escuto todas as noites a mesma oração.
Primeiro ele agradece.
Depois faz um pedido tímido de um cachorro,
uma casa,
um carro e
um emprego pra minha mãe,
hoje ele acrescenta a palavra 'urgente' depois de emprego; e eu sigo, de cabeça baixa, envergonhada, por mais uma vez te oferecer tão pouco e as vezes te cobrar tanto meu filho...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

DAVI

09:52:34 AM
12 de setembro de 2009.
Você nasceu numa manhã
onde eu não vi o sol.
Mas sei que havia sol...
Porque tudo brilhava !

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cuida-te

A tarefa que te incumbe é pesada, mas tens de dar conta dela, a fim de não perder a oportunidade.
Vê se te manténs equilibrado, baseado no amor de Jesus.
Tem fé: a ajuda jamais te faltará.
Não desanimes: há quem te sustente.
Caminha: a estrada espera teus passos.
Trata-te: para conservar sadio o vaso que te foi emprestado e ter força de levar adiante a cruz que é teu dote.
Não temas: Deus está em ti, como em todas as coisas.
Tem força, para dar força.
Tem coragem, para dar coragem.
Tem ânimo, para dar ânimo.
Dá a mão, para sustentar teus irmãos e jamais te ão de faltar mãos que te socorram.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ainda hoje

O céu estava cheio de sol.
Antes, tinha muitas ambições, muitas mais que agora, mas com as quedas, compreendi muito depressa que coisas, essas coisas não tinham real importância.
Todas as noites e todas as manhãs, passava remédio nele, mas na minha opinião, sua verdadeira doença era a velhice e velhice não se cura.
- Espero que os cães não ladrem esta noite. Acho sempre que é o meu.
Salamano, personagem de "O Estrangeiro" de Albert Camus, depois de ter perdido seu cão.
Expliquei-lhe, no entanto, que o meu tempermento era este - meus impulsos físicos pertubavam com frequência os meus sentimentos.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cansada de cartas
Bilhetes
Lembretes pregados na parede
Deixados por debaixo da porta
Quero ação

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Diamantina, 2000


Amor não,
Mas céus cinzas e azuis.
Sinto um calor profundo e doce
E ouço nas suas palavras
O calor de um dia novo – e tão esperado – clareando.

Havia risos por causa disso e esquecimento
Porque é bom, e porque deve ser bom.
Movimentos, suaves toques
Talvez – um dia – o doce gosto
D`m beijo no seu sorriso.
“Sim” e “tu” virando mais do que meras palavras.

“Amor não, ainda não” ela repita “Talvez nunca!”
Mas foi eu que fiz a caminhada solitária
Iluminada pelas estrelas,
Seguido pelos espíritos, quem, também caminhando,
Talvez descobrirão - e decidirão –
Como eu descobri e decidi.

“Amor não, ainda não” ela repita “Talvez nunca!”
Mas sinto que só eu realmente enxergo
Esta menininha, mascarada de mulher;
Só eu posso decifrar sua voz, que sussurrando
Dispara os trovoes dos clichês no meu coração
Implorando sem fim, e – ate agora – sem resposta, para
Paz e pai, amo e amor, em partes iguais.

“Amor não, ainda não” ela repita “Talvez nunca!”
Talvez.
Mas para mim e para sempre
Estes momentos – e todos momentos - são e serão
Tantos de nossas vidas quanto de nossa vida.
Por J. M. B, Diamantina, Festival de Inverno de 2000.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

...um dia a gente ainda vai rir disso tudo...

Como as minhas...como as suas...como tantas...

Vista cansada
Otto Lara Resende

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê.Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

domingo, 21 de junho de 2009

Hoje tá frio, mesmo com sol


Honey honey...
Prá Grazi
Com amor...



terça-feira, 26 de maio de 2009

que hora mais ingrata, atropela o querer

quarta-feira, 13 de maio de 2009

a última esperança não cessa

Tempo...quanto tempo não passo por aqui...

é o rugir das horas
que me tira a coragem

tenho medo

tenho vontades(...)
todos temos vontades

preciso de abrigo
por aqui só chove
e não vejo ninguém
por perto

segunda-feira, 27 de abril de 2009

tudo
todo
tanto
tonto

sábado, 11 de abril de 2009

...não quero me lembrar
dessa burrice bonita
de que é feita
a última esperaça....
estou sem coragem
mas é chegada a hora
chega de brincar
melhor partir

quarta-feira, 8 de abril de 2009

depois de um tremor nas minhas terras
volto...

revolto
ainda cansada
doída
marcada

mas tenho que seguir
terra nova a vista...

quinta-feira, 26 de março de 2009

...
melhor
não
comentar
...

sábado, 14 de março de 2009

vazio
vaso

vaso
vasto

vazado
vaso


acabou
sem nada

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ser

sentir
e
querer
sumir
depois

envergonhar-se
querer
morrer
matar

refazer-se
nada
ainda
no
lugar

Subindo

Quando te vejo subindo a ladeira
Ponho minha roupa de domingo, toco violão
Lanço meu sorriso de Marcos Palmeira
Mostro meu corpinho fabricado pela malhação.
Quando te vejo subindo a ladeira
Faço aquele tipo mauricinho que é de matar
Te chamo prum pagode lá em Madureira
Mostro o meu book da Sonora pra te impressionar.
Por que você não vem me dar amor
Por que você não vem pra mim
Eu não sou a garota de Ipanema
Mas você também não é um Tom Jobim.
o vazio do quarto é o avesso da festa?

quinta-feira, 12 de março de 2009

... e depois disso, o que virá ?

sexta-feira, 6 de março de 2009

olho em volta
volto
revolto
tudo parado
nada
no lugar
queria parar
de
brincar
...

terça-feira, 3 de março de 2009

frag mentos

Estás desempregado? Teu amor sumiu? Calma: sempre pode pintar uma jamanta na esquina.Tenho um amigo, cujo nome, por muitas razões, não posso dizer, conhecido como o mais dark. Dark no visual, dark nas emoções, dark nas palavras: darkésimo. Não nos conhecemos a muito tempo, mas imagino que, quando ainda não havia darks, ele já era dark. Do alto de sua darkice futurista, devia olhar com soberano desprezo para aquela extensa legião de paz e amor, trocando flores, vestida de branco e cheia de esperança.Pode parecer ilógico, mas o mais dark dos meus amigos é também uma das pessoas mais engraçadas que conheço. Rio sem parar do humor dele- humor dark, claro. Outro dia esperávamos um elevador, exaustos no fim da tarde, quando de repente ele revirou os olhos, encostou a cabeça na parede, suspirou bem fundo e soltou essa: -"Ai, meu Deus, minha única esperança é que uma jamanta passe por cima de mim..." Descemos o elevador rindo feito hienas. Devíamos ter ido embora, mas foi num daqueles dias gelados, propícios aos conhaques e às abobrinhas.Tomamos um conhaque no bar. E imaginamos uma história assim: você anda só, cheio de tristeza, desamado, duro, sem fé nem futuro. Aí você liga para o Jamanta Express e pede: -"Por favor, preciso de uma jamanta às 30h15, na esquina da rua tal com tal. O cheque estará no bolso esquerdo da calça". Às 20h14, na tal esquina (uma ótima esquina é a Franca com Haddock Lobo, que tem aquela descidona) , você olha para esquina de cima. E lá está- maravilha!- parada uma enorme jamanta reluzente, soltando fogo pelas ventas que nem um dragão de história infantil. O motorista espia pela janela, olha para você e levanta o polegar. Você levanta o polegar: tudo bem. E começa a atravessar a rua. A jamanta arranca a mil, pneus guinchando no asfalto. Pronto: acabou. Um fio de sangue escorrendo pelo queixo, a vítima geme suas últimas palavras: -"Morro feliz. Era tudo que eu queria..."Dia seguinte, meu amigo dark contou: - "Tive um sonho lindo. Imagina só, uma jamanta toda dourada..." Rimos até ficar com dor na barriga. E eu lembrei dum poema antigo de Drummond. Aquele Consolo na Praia, sabe qual? "Vamos não chores / A infância está perdida/ A mocidade está perdida/ Mas a vida não se perdeu" – ele começa, antes de enumerar as perdas irreparáveis: perdeste o amigo, perdeste o amor, não tens nada além da mágoa e solidão. E quando o desejo da jamanta ameaça invadir o poema – Drummond, o Carlos, pergunta: "Mas, e o humour?" Porque esse talvez seja o único remédio quando ameaça doer demais: invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada. Dark, qual o problema?Deus é naja - descobrimos outro dia.O mais dark dos meus amigos tem esse poder, esse condão. E isso que ele anda numa fase problemática. Problemas darks, evidentemente. Naja ou não, Deus (ou Diabo?) guarde sua capacidade de rir descontroladamente de tudo. Eu, às vezes, só às vezes, também consigo. Ultimamente, quase não. Porque também me acontece – como pode estar acontecendo a você que quem sabe me lê agora - de achar que tudo isso talvez não tenha a menor graça. Pode ser: Deus é naja, nunca esqueça, baby.Segure seu humor. Seguro o meu, mesmo dark: vou dormir profundamente e sonhar com uma jamanta. A mil por hora.


Fragmentos disso que chamamos de "minha vida".
Há alguns anos. Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor.
Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor.
E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro.
E estar dentro daquilo era bom.
Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina.
Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos.
E nos sentíamos.
Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa.
Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.
Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas.
Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector "Tentação" na cabeça estonteada de encanto: "Mas ambos estavam comprometidos.
Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome.
Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor.
Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania.

“II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente”

Paris — Toda vez que chego a Paris tenho um ritual particular. Depois de dormir algumas horas, dou uma espanada no rodenirterceiromundista e vou até Notre-Dame. Acendo vela, rezo, fico olhando a catedral imensa no coração do Ocidente. Sempre penso em Joana d’Arc, heroína dos meus remotos 12 anos; no caminho de Santiago de Compostela, do qual Notre-Dame é o ponto de partida — e em minha mãe, professora de História que, entre tantas coisas mais, me ensinou essa paixão pelo mundo e pelo tempo.Sempre acontecem coisas quando vou a Notre-Dame. Certa vez, encontrei um conhecido de Porto Alegre que não via pelo menos á2o anos. Outra, chegando de uma temporada penosa numa Londres congelada e aterrorizada por bombas do IRA, na época da Guerra do Golfo, tropecei numa greve de fome de curdos no jardim em frente. Na mais bonita dessas vezes, eu estava tristíssimo. Há meses não havia sol, ninguém mandava notícias de lugar algum, o dinheiro estava no fim, pessoas que eu considerava amigas tinham sido cruéis e desonestas. Pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. Aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis, e você pode então ir tanto para Botucatu quanto para Java, Budapeste ou Maputo — nada interessa. Viajante sofre muito: é o preço que se paga por querer ver “como um danado”,feito Pessoa. Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.Enrolado num capotão da Segunda Guerra, naquela tarde em Notre-Dame rezei, acendi vela, pensei coisas do passado, da fantasia e memória, depois saí a caminhar. Parei numa vitrina cheia de obras do conde Saint-Germain, me perdi pelos bulevares da le dela Cité. Então sentei num banco do Quai de Bourbon, de costas para o Sena, acendi um cigarro e olhei para a casa em frente, no outro lado da rua. Na fachada estragada pelo tempo lia-se numa placa: “II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente” (Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta) — frase de uma carta escrita por Camilie Claudel a Rodín, em 1886. Daquela casa, dizia aplaca, Camille saíra direto para o hospício, onde permaneceu até a morte. Perdida de amor, de talento e de loucura.Fazia frio, garoava fino sobre o Sena, daquelas garoas tão finas que mal chegam a molhar um cigarro. Copiei a frase numa agenda. E seja lá o que possa significar “ficar bem” dentro desse desconforto inseparável da condição, naquele momento justo e breve — fiquei bem. Tomei um Calvados, entrei numa galeria para ver os desenhos de Egon Schiele enquanto a frase de Camille assentava aos poucos na cabeça. Que algo sempre nos falta — o que chamamos de Deus, o que chamamos de amor, saúde, dinheiro, esperança ou paz. Sentir sede, faz parte. E atormenta.Como a vida é tecelã imprevisível, e ponto dado aqui vezenquando só vai ser arrematado lá na frente. Três anos depois fui parar em Saint-Nazaire, cidadezinha no estuário do rio Loire, fronteira sul da Bretanha. Lá, escrevi uma novela chamada Bem longe de Marienbad , homenagem mais à canção de Barbara que ao filme de Resnais. Uma tarde saí a caminhar procurando na mente uma epígrafe para o texto. Por “acaso”, fui dar na frente de um centro cultural chamado (oh!) Camille Claudel. Lembrei da agenda antiga, fui remexer papéis. E lá estava aquela frase que eu nem lembrava mais e era, sim, a epígrafe e síntese (quem sabe epitáfio, um dia) não só daquele texto, mas de todos os outros que escrevi até hoje. E do que não escrevi, mas vivi e vivo e viverei.Pego o metrô, vou conferir. Continua lá, a placa na fachada da casa número 1 do Quai de Bourbon, no mesmo lugar. Quando um dia você vier a Paris, procure. E se não vier, para seu próprio bem guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo.
Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima do muro
de hipocrisia que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais farta e clara
Repleta de toda a satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão
Eu quero crer no amor numa boa
E que isso valha prá qualquer pessoa
Que realizar a força que tem uma paixão
Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo o que há prá viver
Vamos nos permitir


...


Será que é do bem
Será que é cruel
Um anjo descuidado
Que vai cair do céu...


Meu amor me dê um sinal
Dê um toque paranormal
Quero toda sua alegria
Dias, dias, dias e dias...



sábado, 28 de fevereiro de 2009

permaneço

parada

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Virá que eu ví


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pipoca doce...



Aprendi a fazer...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Tudo de bom mesmo...

http://piattodelgiorno.blogspot.com/2008/10/exposio-do-banksy-em-ny.html


Reiterando:

"When I was a kid I used to
pray every night for a new bicycle.
Then I realised God doesn’t work
that way, so I stole one and
prayed for forgiveness."
Elmo Philips

tradução:"Quando eu era criança custumava rezar
toda noite pedindo uma bicicleta.
Aí percebi que Deus não trabalha dessa forma,
então roubei uma e
rezei pelo seu perdão."

Serve sim ! ! !

Absoluta.

Calhou que para mim não veio coisa fácil. Desde sempre foi assim. Uma sensação de estar só, um sentimento de não ser. Até entender que eu estava mesmo era em minha boa companhia. Mas ela se ausenta, vez por outra. E assim se seguiu a vida: a me mostrar que eu não iria pela boa e velha estrada. Eu pegaria os atalhos. Às vezes me pego querendo ser como, querendo ser que nem. Mas quando chego perto, descubro um todo mundo tão igual. No desejo de ser e não ser, de ir e não ir, na vontade de ser livre. No não saber o que é ser livre. Não saber o que é – um não saber. Tem hora que eu penso ter medo do que não sei. Depois eu me lembro: o que me dá medo mesmo é ter certeza. Que a minha sede é de vida e eu nasci agora há pouco.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Lembrança para meu esquecimento...



Mesmo sem você eu sigo...

Porque sou eu mesma

Que pinto meu caminho

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Como É que Chama o Nome Disso ?

quem declara o seu amor
na noite fria
mas num dia de calor
calaria?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

4ª...

Faz igual com todos?

mEtAdE

vai tomar no...
muitos palavroes...
álcool (pior droga)
sem sentimento
só sensação
misturada com futilidade
tudo no 14
e no 15
começa tudo de volta
cachorro fica na rua mesmo!
não sou caloteiro
mentiras
misturadas
dor
torpor
...

estamos pela metade

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Mission accomplished ?

tudo certo?
tudo errado?
tudo meio
trocado

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


SOL
CHUVA
TERRA
VENTO
ATÉ DE COCO DE VACA
... acho que sou feito planta:
às vezes seco, murcho e quase morro.
às vezes me encharcam de água
e quase me afogo, às vezes dou botões, dou flores, me perfumo toda...
às vezes dou frutinhas..........rsssssssssss
gente passa por mim e fica feliz em me ver florida,
carregadinha de frutinhas vermelhas...
às vezes gente passa por e mim e nem me nota,
acham que tô morta...
mas não...eu broto de novo!!!!!
só eu carrego minhas estações, minhas desventuras, esperando o calor e a chuvinha de verão!!!
Eu quero e vou e preciso brotar...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

pressa
presa

ação
não

movimento
lento

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Careca do vovô

...depois de velho o nariz dele cresceu (e olha que eu não via ele falar mentiras...), e como cresceu!!!
até as orelhas cresceram...
lembro vô, dos seu enormes olhos azuis esverdeados, ou eram verdes azulados???

como seus beliscoes doiam, mas era sua maneira de carinho, né vô?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Primero dia do primeiro ano...

começar tudo de novo...